Outros nomes
Galgo Español
Origem
Espanha
Altura média
68 a 70 cm
Peso médio
25 a 30 quilos
Cores
Todas as cores são aceitas. As seguintes cores são consideradas como cores mais típicas, por ordem de preferência:
• Fulvos e tigrados mais ou menos escuros e bem pigmentados.
• Pretos.
• Sarapintados de preto, escuros e claros.
• Tostados.
• Canelas.
• Amarelos.
• Ruivos.
• Brancos.
• Com marcação branca e malhados.
Esperança média de vida
12 a 15 anos
Temperamento
O Galgo Espanhol é um cão de porte nobre e, como os outros Galgos, tem uma aparência aristocrática. As formas sugerem potência e velocidade, somado à resistência, agilidade e facilidade de executar manobras rápidas.
Estes cães têm uma natureza muito semelhante ao Greyhound. São calmos, gentis e ficam felizes em dormir de costas num sofá durante o dia inteiro. Mais de 90% dos Galgos Espanhóis podem ser considerados amistosos com gatos e outros animais.
De temperamento dócil, dentro de casa o Galgo Espanhol é extremamente tranquilo, desde que tenha a oportunidade de dispersar a energia em espaços abertos com regularidade. É gentil e excelente companheiro para as crianças, porém não deve ser considerado um brinquedo. Irá reconhecer quem o entende e estima, sabendo retribuir com lealdade quem o ama. Sem dúvida não é um cão de ficar preso, e só se sente feliz na companhia de seu dono.
Ainda são poucas as pessoas que têm um Galgo Espanhol apenas como cão de companhia, sendo em grande maioria adoptados após o fim da temporada das caçadas.
Os Galgos Espanhóis mantiveram as características que os tornaram adequados a correrem longas distâncias ao longo de um terreno acidentado. É um cão de formas finas, alongado e ligeiramente mais comprido do que alto. As patas são parecidas com as das lebres, ideais para correr em terrenos irregulares.
A cabeça do Galgo Espanhol é longa e afunilada, terminando num pequeno nariz de cor preta. Os olhos são pequenos e oblíquos, geralmente na cor castanho escuro, transmitindo calma, mas também timidez. As orelhas são largas na base, em forma de rosa e de inserção alta.
Esta raça tem uma estrutura óssea compacta, com a barriga bastante arqueada para dentro. O peito é poderoso e profundo, mas pouco largo. A cauda é de inserção baixa, comprida, afunilando até a ponta. Em repouso, permanece baixa, em contacto com as patas.
São conhecidos três tipos de Galgos Espanhóis: o de pêlo liso, o de pêlo comprido (quase inexistente) e o de pêlo duro. Dos três, o de pêlo liso é o mais encontrado, tanto nos campeonatos de caça como nas exposições caninas. Os de pêlo liso e curto são os preferidos em Espanha, que tem concentrado a maior parte de seus esforços no melhoramento genético desta variedade. Apenas 20% dos Galgos Espanhóis são de pelo duro.
O Galgo de pêlo liso tem sido o melhor adaptado à geografia Ibérica, com a aridez dos seus campos e o clima com variações diversas. A natureza encarregou-se de configurar uma raça resistente à agressão de animais selvagens e ao meio ambiente.
“Me comove a dor alheia, e sim, incluo na dor alheia esses humanos peludos que nos acompanham, com lealdade imerecida, pelo tortuoso caminho planetário. A dor alheia, hoje, tem uma figura estilizada, um olhar vivaz, um sentido agudo da fidelidade e um medo profundo. Não é um galgo, mas centenas, e sua última notícia negra é o futuro incerto que lhes espera.”
A SINISTRA REALIDADE DOS GALGOS ESPANHÓIS
Os Galgos Espanhóis têm sido utilizados quase que exclusivamente como uma ferramenta de caça em Espanha. Geralmente vivem em celeiros, em números superiores a 10 cães e a maioria quase nunca vê a luz do dia.
O foco do problema divide-se em duas partes: a criação indiscriminada dos Galgos Espanhóis e o descarte massivo e cruel no final da temporada de caça, que acontece anualmente entre Setembro e Janeiro. Investigações feitas pela WSPA (World Society for the Protection of Animals) nos anos de 2001 e 2002 provaram que milhares de Galgos Espanhóis são criados anualmente com a única finalidade de participarem no campeonato nacional de caça, sendo Medina del Campo seu principal centro.
Antes de 2001, no final da temporada, os caçadores tradicionalmente enforcavam os Galgos Espanhóis nos pinheiros nos arredores de Medina del Campo. Os investigadores da WSPA reuniram vasta evidência fotográfica e fizeram um relatório sobre o tratamento cruel que os Galgos Espanhóis estavam a receber. Os resultados do inquérito da WSPA, realizado nas regiões de Castilla y Leon e Castilla la Mancha com a assistência da organização espanhola Scooby (Sociedade Protetora de Animais Scooby), revelam que a antiga tradição do enforcamento de cães em Espanha continuava até hoje. A WSPA estima que milhares de Galgos Espanhóis sejam criados e mortos anualmente nas zonas rurais.
A partir daí, devido às denúncias sobre o enforcamento de Galgos, os galgueiros começaram a levar os cães indesejados para os abrigos, resultando em torno de 500 cães abandonados no final de cada temporada, a maioria dos Galgos Espanhóis. Para os donos dos Galgos, os protectores são somente aqueles que recolhem o seu lixo. Para eles, um Galgo no final da temporada de caça nada mais é do que um entulho do qual querem livrar-se. O galgueiro aproveita a oportunidade de passar o problema adiante e desta maneira tenta limpar a própria consciência.
Praticamente qualquer pessoa pode criar Galgos Espanhóis, não existe controle nenhum por parte das autoridades. As leis que regulam o assunto não são cumpridas e não é aplicada nenhuma punição quando são desrespeitadas. Não há possibilidade de verificar se estas leis estão a ser violadas. A criação de Galgos Espanhóis é excessiva – uma população de cães nunca terá a possibilidade de encontrar um lar, por isso uma nova direcção foi tomada para atacar o mal pela raiz, que é a campanha contra a “criação indiscriminada de Galgos Espanhóis”.
O horror do enforcamento após temporada de caça
Quando termina a temporada de caça às lebres, começa o terror para estes nobres animais.
A maioria dos Galgos Espanhóis abandonados tem à volta de dois ou três anos, e chegam geralmente em péssimas condições de saúde. Muitos são sacrificados com injecções letais antes de conseguirem chegar a um abrigo, onde teriam a possibilidade de ter um futuro mais digno.
Em Espanha, é tradição pendurar os cães que correm mal em galhos mais baixos, onde sofrem uma morte lenta e agonizante conhecida como ‘o pianista’ devido à frenética tentativa de tocar as patas no solo. Aqueles que correm bem são pendurados em galhos mais altos, resultando numa morte mais rápida. Em algumas vilas próximas, as pessoas chegam a reclamar do barulho dos ganidos dos cães durante a noite. Essa prática tem as raízes na tradição da nobreza espanhola: quando acabava a temporada de caça, os ricos latifundiários matavam os Galgos com requintes de crueldade para provar o seu status e com isso impor temor e respeito. Não se sabe o motivo desta tradição ter continuado até aos nossos dias, e não há lei que puna os responsáveis.
Galgos indesejados também são apedrejados, amarrados e deixados para morrer de fome, afogados, atirados aos poços, queimados com gasolina, enterrados vivos, amarrados em carros e arrastados até à morte, envenenados, levam tiros nas patas para não seguirem os donos, são torturados com paus nas bocas para não latirem. Muitos dos que são abandonados nas ruas acabam por ser atropelados e os que têm mais sorte são largados nos abrigos. Por causa da divulgação de fotos de cães enforcados, muitos Galgos passaram a ser entregues nos abrigos, que ficam superlotados depois da época de caça – por volta de 500 galgos a cada temporada.
Actualmente, não é ilegal matar um cão por enforcamento na Andaluzia e Extremadura, onde não existem leis de protecção animal. Em Castilla y Leon, uma lei que ameaça multar quem enforque um cão ainda espera ser cumprida.
O roubo de Galgos Espanhóis
De acordo com a polícia, o Galgo Espanhol é a raça de cão mais roubada no país. A polícia espanhola menciona o roubo de 1200 Galgos em 1998, mas estima-se que este número é somente o topo do iceberg, em torno de 20%.
Geralmente os caçadores consideram uma inutilidade declarar o roubo de um cão que provavelmente nunca mais vai ser encontrado. Deveria haver uma identificação do animal para que os donos pudessem encontrar os cães em caso de roubo. Certamente, somente os melhores corredores é que são vítimas de roubo, já os que correm menos são descartados. Os protectores presumem que têm um tipo de máfia por trás dos roubos, já que os ladrões sabem muito bem quais os Galgos que devem ser levados.
Em Espanha conhecem estes abrigos afastados onde se encontram cães de corrida roubados. Há casos de Galgos Espanhóis roubados durante a caçada, em campo aberto. Os ladrões escondem-se e aproveitam para apanhar o cão quando aparece. Os cães são levados em carros, em alta velocidade, em operações perigosas. Alguns dos cães são vendidos para fazendeiros e outros são usados em caçadas. De acordo com alguns galgueiros, os cães são usados repetidas vezes, até completa exaustão, sendo depois abandonados ou coisa pior. É bem conhecido o destino dos Galgos roubados: são enviados de Castile e de lá vão para o sul, para Madrid, Toledo e Andalusia. Os cães roubados em Toledo vão para Castile e os roubados na Andalusia terminam na Extremadura e vice-versa. Como os galgos não podem ser identificados, nunca retornam para os seus donos.
Transmitimos uma história contada no mundo dos Galgos, porém sem provas de que seja verdadeira. Os caçadores que possuem um galgo roubado tentam ganhar a confiança para que não fuja: primeiro é trancado na escuridão completa sem qualquer alimento por dois ou três dias. Depois é alimentado e tem que tomar leite misturado com a urina do seu novo dono para passar a considerá-lo como seu líder.
“Este relato cru é a crónica quotidiana do final destes animais. Parece extraordinário contemplar como animais que têm vivido assim toda sua vida, chegam a ser tão incríveis na sua bondade quando lhes dão a oportunidade de ser amados. Dizem os que lutam por eles que são os melhores animais de companhia que existem. Organizações trabalham activamente para lhes dar uma segunda oportunidade, e já conseguiram salvar centenas deles desde que começaram a sua luta. Só pedem isso, poder salvar as suas vidas, buscar famílias que os acolham — geralmente no estrangeiro, onde sabem apreciar a bondade destes animais — e outorgar um pouco de amor na sua profunda tristeza. O fazem por convicção, sem praticamente ajuda, diante da indiferença da maioria de nós, e com a passividade absoluta das autoridades. Os pequenos milagres, em forma de galgos que aprendem a confiar nos humanos, a brincar com crianças, a subir num sofá, a morrer com um pouco de dignidade, esses pequenos milagres representam fragmentos de beleza neste mundo sórdido, e em forma de pessoas que dedicam o seu tempo e seu esforço para que a crueldade não triunfe completamente. Apelamos à consciência de seus donos, às administrações, que têm permitido o abuso com total impunidade. A nós, que talvez nem soubéssemos da bárbara vida e morte destes animais. De vez em quando existem esses raros momentos em que alguém pode arranhar algo parecido à bondade. Ou no mínimo, pode restringir a maldade. Este é um deles. Os Galgos estão mal, mas ainda poderão estar pior se ninguém evitar. E, certamente, que beleza quando podem amar e aprendem a ser amados! Queremos ajudá-los! Vamos impedir?” Pilar Rahola
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Textos e imagens recolhidos da internet
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